O jovem evangélico não pode opinar sobre a guerra no Iraque. Alguém que tem como referência musical o Michael W. Smith não pode ter a audácia de alguma vez contrariar a política externa dos Estados Unidos.
É uma questão de estética. Como a pulseira com as inicias de What Would Jesus Do?. Similar ao número que nos campos de concentração os nazis tatuavam nos judeus - um sinal de submissão a uma potência invasora.
Mais facilmente Moisés na digressão pelo deserto toleraria um estudioso do livro de S. Cipriano do que um consumidor compulsivo da série Left Behind (a tradução “Deixados para trás” do português é clarividente na detecção do estado literário dos seus leitores).
Os petizes pacifistas deliciam-se em poder contar ao colega do Liceu que os POD são uma banda cristã mas desconhecem a identidade de João Calvino. A turba farisaica não precisaria de pretexto maior para treinar a pontaria com calhaus na mão.
Sabemos que a indústria do louvor compete com os conflitos armados. Na escala decibélica. Não é possível combater pelos dois lados.
O que se pode esperar da adolescência? Eu quando fui adolescente também tive a minha muito razoável medida de vacuidade. As Escrituras não nos pedem juventude. E tão pouco um karma equilibrado. Mas sabemos que é difícil entender a Palavra quando a lemos na posição do yoga.
Concluo. Nada tenho contra jovens evangélicos. Posso ser considerado um sem que me sinta ofendido. A minha tese resume-se a algo simples: a guerra do Iraque é um assunto demasiado sério para sofrer as intromissões de um jovem evangélico.
Tiago de Oliveira Cavaco