sexta-feira, março 12, 2004

Testemunho de um cristão tímido
O numero de pessoas que frequenta a Igreja de que faço parte varia entre as duas e as seis, sendo que seis é uma enchente de ano sim, ano não. Mas há mais de meia década, de uma maneira regular, a Igreja de que faço parte é constituída por mim e por um grande amigo meu, o Jorge Viegas. Encontramo-nos todas as semanas e Deus é sempre tema principal.
Sem orgulho e sem vergonha, não tenho denominação evangélica apensa. Não frequento instalações de nenhuma Igreja para cultuar e adorar a Deus. Não faço parte de nenhum rol de membros, também.
O Jorge já me ouviu muitas vezes pregar, algumas orar e noutras testemunhar os avanços e recuos da minha vida espiritual. E eu a ele..
Não sou contra a Igreja habitual dos cultos ao domingo, de pastor e orgão. Não tenho nenhuma palavra a dizer acerca das dezenas de denominações evangélicas, excepto reconhecer a importância que têm para muitas pessoas e do bem que promovem.
Quando algum não cristão se aproxima e me pergunta pela minha fé, o meu primeiro impulso é fugir. Não sei falar do que tem sido o bem mais precioso para mim. Não sei apresentar os passos da salvação convenientemente de forma a ser eficaz. Sinto um pudor enorme em apresentar Jesus, visto que me parece assunto demasiado íntimo e importante.
Felizmente, tenho alguns amigos que são cristãos. Almoço de vez em quando com eles e sinto um prazer enorme em falar de Cristo e em trocar impressões acerca da nossas caminhadas espirituais.
Não sei onde colocar o que penso em termos teológicos. Mas sei que são assuntos para serem debatidos entre mim e Deus até ao fim da minha vida.
"A boca fala do que o coração está cheio" e, realmente, se eu não falo muito com os homens, falo muito com Deus. Às vezes refilo, outras agradeço e outras pergunto. Já o adjectivei em discurso directo positivamente e negativamente.
Tendo já conhecido várias dezenas de pessoas durante a minha vida profissinal, de uma maneira ou de outra a maioria acaba por saber que sou cristão. Não o escondo mas não o promovo.
Espantam-me muitas coisas na Bíblia. Maravilham-me muitas coisas na Bíblia. Há muitas interpretações da Bíblia que os meus amigos fazem que eu não tenho para mim.
Sei que sou servo do Deus Vivo e que estou sob alçada da Sua Justiça e da Sua Graça e, saber isto, é o que preciso para viver. E sim, Cristo traz efectivamente a felicidade. E paz. E alegria. E serenidade.
João Leal