sexta-feira, fevereiro 13, 2004

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O Correio Animal

[Reacção incluída no blogue Renas e Veados a 12 de Janeiro de 2004]
Confesso que começo a ficar verdadeiramente intolerante e enojado com os homófobos. Cada vez mais me convenço que tudo não passa de uma fortíssima carência anal. Afinal o ânus dos heterossexuais não é diferente do dos gays, simplesmente é quase sempre vítima de uma total ausência de estímulos sexuais.. isto leva naturalmente a frustrações e carências, que na sua forma colectiva e agrupada torna-se especialmente triste e lamentável, confirme-se.
De uma vez por todas senhores homófobos, não é preciso ser gay para se gostar e praticar sexo anal, basta alguma imaginação e uma companheira dedicada. Irra!
Boss

Estimado Boss,
A sua acusação de homofobia merece reflexão. Não creio que o seja. Se por homofobia entende um “medo de homossexuais”, no sentido em que algumas pessoas sofrem de aracnofobia, e por isso fogem com medo de aranhas, não penso que seja esse o meu caso. Se entende que significa “aversão a homossexuais” ainda mais reitero a minha inocência. Todos os meses me entrego às mãos experientes do meu cabeleireiro, que é um amigo e é homossexual. Não o trato com paternalismos, nem como um animal raro, tipo: “é tão chique ter um cabeleireiro homossexual” (ai de quem lhe chamar barbeiro, ele fica bravo!). Mas, não posso deixar de discordar com a orientação sexual dos homossexuais. Todavia, isso não me leva a ter-lhes aversão. Eu não concordo com a traição, mas não tenho aversão a traidores. Nem tenho aversão a políticos por discordar do “tachismo” deles.
Quanto às “carências anais”, não sei que lhe diga. No meu caso, estou mais nas “inocências anais”. E a minha “companheira dedicada e com imaginação” que sugere está em conversações comigo sobre este aspecto. Estão abertas as hostilidades e inauguradas as brincadeiras sexuais cá em casa.
Espero que embora tenhamos iniciado a nossa conversa num patamar pouco amistoso, me dê o benefício da dúvida, acreditando que estou de boa fé, e vendo nas minhas palavras um valor facial. Os vários links que sugeriu (e que vêm no seu blog que eu sigo atentamente) têm sido um mundo de descobertas estéticas e semânticas, para mim.
Animalescamente
Samuel Nunes