sexta-feira, maio 28, 2004

O capuz
Se a notícia for verdade, e de morte. Corre por aí que existem fotos de George Bush a dirigir uma reunião para planear a invasão do Iraque, durante Janeiro de 2003, com um capuz na cabeça. Um capuz, sim! Em tudo semelhante ao modelo tornado famoso, pelas fotos de abusos humanos levados a cabo na prisão de Abu Ghraib. A ser verdade, não é de admirar que os obedientes soldados do "texano", se tenham familiarizado com o dito capuz e o tenham elevado a ícone na nobre arte de violar prisioneiros de guerra. E a continuar nesta estrada para a fama o capuz é bem capaz de fazer as delícias de estilistas mais feéricos, e veremos a Linda Evangelista a passar na pasarrelle um "capuz muito John Galliano". O capuz do Bush estará para a invasão do Iraque, como o bigode do Hitler esteve para a invasão da Polónia. Adiante!
Entretanto, no seu último discurso o "texano" vem dizer que tem uma solução mágica para a vergonha da prisão de Abu Ghrail: a solução é a demolição. Achei estonteante. Fiquei siderado com tal subtileza e graciosidade de movimentos. Incrível! Nem Deus se atreveu a tanto. Quando viu que a raça humana estava a passar dos limites, Deus manda um tremendo dilúvio ... mas, salvou 8 pessoas e os animais. Bush não! Prefere a demolição, sem salvar nenhum tijolo que seja. Claro que as más línguas já dizem que há um original do capuz bem guardado. Isto é sintomático dum indígena boçal e simplório. Vejam: a preocupação não está em condenar os sacanas que mancharam o nome das democracias ocidentais. A preocupação é com a limpeza cirúrgica da lembrança. Bush, já que se diz cristão, devia saber que a consciência não se limpa apagando a memória. Por muito que ele faça "delete" no "histórico" das vergonhas visitadas pela soldadesca yankee, não conseguirá convencer ninguém da superioridade da raça americana. Mas, em matéria de limpezas de imagens os peritos eram os fariseus. Bush é caloiro nestas andanças. Os fariseus eram especialistas em limparem o exterior do prato, mantendo o interior cheio de rapina; eram eles que caiavam a fachada dos sepulcros, mas por dentro cheiravam a podre. O "texano" é um menino de coro ao pé dos fariseus. Mas um menino esquizofrénico a brincar aos cowboys. É pena!
Samuel Nunes